Artigos Científicos

Calidad de registros de violencia sexual contra la mujer en el Sistema de Información de Agravios de Notificación (Sinan) en Santa Catarina, Brasil, 2008-2013

Autores: Carmem Regina Delziovo, Carolina Carvalho Bolsoni, Sheila Rubia Lindner, Elza Berger Salema Coelho

Objetivo: Descrever a qualidade dos registros de casos de violência sexual contra a mulher notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) em Santa Catarina, Brasil, de 2008 a 2013.
Métodos: Avaliação normativa, com dados dos registros de casos de violência sexual contra a mulher (≥10 anos de idade); a qualidade dos dados foi descrita de acordo com as dimensões ‘não duplicidade’ (aceitável quando >95%), ‘completitude’ (boa quando >75%) e ‘consistência’ (excelente quando >90,0%) da informação.
Resultados: Foram estudados 2.010 registros de casos de violência sexual contra mulheres, após a exclusão de quatro registros duplicados; o percentual de não duplicidade foi de 99,9% (aceitável), a completitude foi de 93,3% (boa), e a consistência, de 98,9% (excelente).
Conclusão: Os resultados apresentados apontam a utilidade do Sinan como fonte de informações para a vigilância da violência sexual contra a mulher e planejamento de ações de enfrentamento dessa agressão.
Palavras-chave: Delitos sexuais; Mulheres; Adolescente; Notificação; Epidemiologia Descritiva

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Aproximando saberes e experiências à distância: relato da tutoria de um curso de especialização

Autores: Deise Warmling, Julia Estela Wilrich Boell, Veridiana Tavares Costa, Girlane Mayara Peres, Sabrina Blasius Faust, Carolina Carvalho Bolsoni, Sheila Rubia Lindner, Elza Berger Salema Coelho

Este relato busca descrever a experiência do processo de tutoria a distância do Curso de Especialização Multiprofissional na Atenção Básica no Brasil, realizado nos estados de Santa Catarina e Paraná. O curso teve como público profissionais de saúde, entre esses: médicos, enfermeiros e dentistas, vinculados ao “Programa de Valorização da Atenção Básica” e ao “Programa Mais Médicos no Brasil”, totalizando 1 600 profissionais. O curso foi estruturado a partir de três eixos teóricos e com mediação pedagógica realizada por uma equipe de tutoria. A metodologia adotada foi a problematizadora, desenvolvida a partir de uma postura crítica sobre a realidade, no processo de ensino aprendizagem. Os tutores realizaram orientação pedagógica, apoio ao uso das mídias e tecnologias e avaliação das atividades didáticas realizadas no curso. Os alunos avaliaram positivamente, a didática e conteúdo programático do curso e o desempenho dos tutores. Almeja-se que esta experiência possa ser vista como possibilidade de impulsionar outras experiências na formação em saúde.
Palavras-chave: Educação a distância; educação continuada; preceptoria; atenção primária à saúde

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Prevalência e fatores associados da violência sexual contra a mulher: revisão sistemática

Autores: Judizeli Baigorria, Deise Warmling, Carlos Magno Neves, Carmem Regina Delziovo, Elza Berger Salema Coelho

This review aims to identify in the literature the prevalence and factors associated with Sexual Violence (SV) against adolescents and adult women. It were reviewed the population-based study, published between 2011 and 2016, in English, Portuguese and Spanish, in Pubmed / Medline, Lilacs and SciELO databases. The studies were analyzed and described, detailing their characteristics and information on prevalence and factors associated with SV. Of the 3,002 articles found, according to the eligibility criteria, 15 studies were objects of this review. Most studies focus on Asia and Africa, which also have the highest prevalence of SV. The predominantly investigated age group was 15-49 years. There was a great variation in the prevalence of SV among the countries, when SV was analyzed by intimate partner, it varied from 1 % in Germany in the current relationship to 92 % Zimbabwe. In relation to the associated factors, low educational level, young age, mental health conditions and sexual and reproductive health, as well as the use of alcohol and other drugs are highlighted. The review highlights the need to deepen studies on sexual violence to contribute to public policies, to combat violence against women and to gender equity.
Key words: Sex offenses; gender-based violence; prevalence; risk factors

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Prevalência e os fatores associados da violência psicológica contra gestantes em capital no sul do Brasil

Autores: Maria Raquel Moretti Pires, Tadeu Zomer Locatelli, Paulo Fernando Brum Rojas, Sheila Rubia Lindner, Carolina Carvalho Bolsoni, Elza Berger Salema Coelho

Estimar a prevalência, fatores associados da violência psicológica na gravidez e autores da agressão, com mulheres no período do puerpério internadas nos setores de alojamento conjunto das Maternidades Públicas dos Hospitais da Grande Florianópolis, no ano de 2014. Trata-se de um estudo transversal e de base hospitalar, com 753 mulheres puérperas que tiveram o parto em alguma das três maternidades públicas da Grande Florianópolis (SC) entre março e maio de 2014. Utilizou-se questionário adaptado do Estudo Multipaíses, da Organização Mundial da Saúde validado no Brasil. A prevalência da violência psicológica foi calculada e em seguida, por meio da Regressão Logística, testaram-se os fatores associados à violência psicológica. Como resultados,a prevalência de violência psicológica na gestação foi de 17,5%. Sofrer violência em gestações anteriores e nos 12 meses que antecederam a gestação aumenta em 15,85 e 12,75 vezes as chances de sofrer violência psicológica durante a gestação, respectivamente, quando comparadas com mulheres que não sofreram esse tipo de agressão. Sofrer violência psicológica (insulto, humilhação ou ameaça) por outra pessoa, que não o parceiro íntimo, na gestação, aumenta em 7,44 vezes as chances quando ocorreu por parte de algum familiar. Conclui-se então, que foram estimadas prevalências elevadas de violência psicológica e gravidez indesejada durante a gestação. A gravidez indesejada pode ser considerada um fator de estresse no relacionamento. De acordo com os fatores associados, o que faz com que a mulher sofra violência psicológica na gravidez atual é ela ter sofrido violência psicológica em gestações anteriores. A gravidez não pode ser considera como fator protetivo para não sofrer violência psicológica na gestação. Com relação aos autores da violência psicológica, foi verificado que tanto o parceiro íntimo, como os familiares se destacam como principais perpetradores da violência psicológica na gestação.
PALAVRAS-CHAVE: Violência Psicológica; Gravidez; Estudos Transversais

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Prevalence of violence against the elderly and associated factors – a population based study in Florianópolis, Santa Catarina

Autores: Carolina Carvalho Bolsoni, Elza Berger Salema Coelho, Maruí Weber Corseuil Giehl, Eleonora d´Orsi

Objective: To estimate the prevalence of violence among the elderly and to analyze its association with demographic, socioeconomic and health conditions.
Method: A cross sectional population-based study was conducted of 1,705 individuals aged 60 years or older living in the city of Florianópolis in the state of Santa Catarina, between 2009 to 2010. Verbal, psychological, physical and financial violence was evaluated with a questionnaire used in the Pesquisa Saúde Bem-estar e Envelhecimento (Health and Well-being in Aging Survey) (SABE). Prevalence was calculated for each type of violence and the overall prevalence of violence was identified using the categories of the explanatory variables. Logistic regression was used to identify the factors associated with violence.
Results: The general prevalence of violence was approximately 13.0%, while verbal violence occurred among 11.0% of respondents. The adjusted analysis showed that being female (OR=2.08) and elderly persons who were single or divorced were 66% more likely to suffer violence. Those who lived with their children or grandchildren were twice as likely to suffer violence (95% CI: 1:40 to 3:40).
Conclusions: Although the results showed that the prevalence of violence against the elderly was greater than predicted by the WHO, we suspect that this number may be even higher. Due to the complexity of the theme, it is possible that elderly persons are afraid to reveal that they are victims of violence, as in most cases, the aggressors are family members.
Keywords: elderly; violence; domestic violence; abuse of the elderly; violence against the elderly; cross-sectional studies.

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Violência contra o idoso: uma meta-síntese

Autores: Carolina Carvalho Bolsoni, Thays Berger Conceição, Sheila Rubia Lindner, Elza Berger Salema Coelho

Com o intuito de conhecer o universo que existe na dinâmica da violência contra os idosos, este estudo se propôs realizar uma meta-síntese acerca de artigos científicos qualitativos dos últimos 20 anos sobre o perfil dos agressores e o dos idosos agredidos, bem como as concepções que os idosos têm sobre maus-tratos. O presente estudo iniciou-se pela busca de artigos publicados em revistas indexadas nas bases de dados LILACS, SCIelo, Pubmed e PSYCinfo, acessados em 2015. Os descritores escolhidos para realizar a busca nas bases de dados LILACS E SCIelo foram “maus-tratos ao idoso” e, nas bases Pubmed e PSYCinfo, foram “Elder abuse”. Dentre todas as bases de dados, foram encontrados 2523 artigos. Depois de utilizados os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 8 artigos. Constatou-se que pesquisas qualitativas que abordam o tema violência contra o idoso são escassas tanto na literatura nacional como na internacional, principalmente quando comparadas às pesquisas quantitativas. Algumas questões merecem destaque por serem diferentes do que geralmente se encontra na literatura. Uma delas diz respeito a como os homens, ao se tornarem viúvos, ficam mais propensos a sofrer algum tipo de violência. Outro ponto relevante trazido é a questão da influência da cultura na normalização da violência, a qual está presente no cotidiano de todos na forma de falta de respeito e desvalorização dos idosos, de modo que são considerados incapazes e desnecessários à sociedade.
Palavras-chave: Violência, Violência Doméstica, Maus-Tratos ao Idoso

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Prevalência de violência física por parceiro íntimo em homens e mulheres de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil: estudo de base populacional

Autores: Sheila Rubia Lindner, Elza Berger Salema Coelho, Carolina Carvalho Bolsoni, Paulo Fernando Rojas e Antonio Fernando Boing

Investigou-se a associação entre sexo e violência física entre parceiros íntimos. Encontrou-se prevalência de sofrer qualquer violência física (17%), violência física moderada (16,6%) e violência física grave (7,3%). Não houve diferença significativa para violência física moderada em homens e mulheres, porém, quanto mais grave o ato maior a ocorrência deste nas mulheres. Por meio de regressão logística testou-se a associação da violência com o sexo, ajustando-se às variáveis exploratórias.  Mulheres de maior idade, viúvas/separadas, pobres, menos escolarizadas e pretas registram maior probabilidade de sofrer violência. Nos homens, a prevalência de violência física grave apresentou alteração significativa apenas para estado civil. Uso abusivo de álcool por mulheres representou maior chance de sofrer violência física.

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Violência conjugal: as controvérsias no relato dos parceiros íntimos em inquéritos policiais

Autoras: Anne Caroline Luz Grüdtner da Silva, Elza Berger Salema Coelho e Kathie Njaine

Este artigo investiga as motivações da violência conjugal segundo os depoimentos de homens e mulheres registrados nos inquéritos policiais (IP) da 6ª Delegacia de Polícia de Proteção à Mulher, à Criança e Adolescente de Florianópolis, Santa Catarina, em 2010. Pesquisa quantiqualitativa realizada entre agosto e novembro de 2011. Foram analisadas as informações obtidas nos inquéritos sobre violência doméstica perpetrada pelo companheiro ou ex-companheiro e que continham o depoimento do casal, totalizando 172 IP. Os aspectos selecionados para a análise referem-se ao perfil do casal, e aos relatos da violência segundo a mulher e o homem. Os resultados apontaram que a maioria dos casais eram separados ou divorciados, com idade entre 31 e 40 anos, estavam empregados e conviveram entre um e onze anos. As agressões ocorreram em função do uso de drogas e ciúme, os homens ao assumirem a violência exercida culpam a mulher de serem responsáveis por seus atos ou minimizam a situação, e acrescentam serem vítimas de violência cometida pela companheira. O estudo conclui que questões culturais de gênero e socioecônomicas estão relacionadas a este tipo de violência, e demonstrou que os homens não reconhecem suas atitudes como violentas, banalizando na maioria das vezes as consequências dessa violência.

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O que se sabe sobre o homem autor de violência contra a parceira íntima: uma revisão sistemática

Autores: Anne Caroline Luz Grüdtner da Silva, Elza Berger Salema Coelho e Rodrigo Otavio Moretti-Pires

Objetivo. Analisar o perfil dos homens envolvidos em situações de violência contra suas parceiras íntimas. Métodos. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura científica internacional publicada entre 2000 e 2010 nas bases de dados LILACS, MEDLINE e SciELO. Dos 3 452 artigos identificados, 33 foram selecionados conforme os critérios de inclusão e exclusão para análise dos dados bibliométricos e das características socioeconômicas do homem acusado de perpetrar violência. Resultados. A maioria dos artigos foi publicada entre os anos de 2007 e 2009, em inglês, com dados informados pela vítima. A violência doméstica associou-se à escolaridade e à situa- ção de trabalho do agressor. O tempo de relacionamento não foi associado à violência doméstica. Conclusões. Há uma importante lacuna na literatura quanto às motivações e aos condicionantes associados a quem perpetra a violência doméstica. O estudo desses fatores é importante para que se estabeleçam políticas de combate a esse tipo de violência.

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O discurso e a prática de médicos sobre Direitos Reprodutivos

Autoras: Sheila Rubia Lindner, Elza Berger Salema Coelho e Fátima Büchele

Este artigo objetiva investigar o conhecimento e a prática dos profissionais médicos envolvidos na atenção à saúde da mulher sobre a concepção de direitos reprodutivos, tendo como foco o Planejamento Familiar. Desenvolve-se pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, e como método de análise, o Discurso do Sujeito Coletivo proposto por Lefévre (2003). Evidenciou-se, a partir do discurso médico, que relacionado ao Planejamento Familiar ocorre distribuição de anticonceptivos seguida exclusivamente de orientação desse método, prejudicando o direito à escolha e autonomia da mulher, marginalizando-as em relação a sua integralidade em saúde. Para que a assistência integral seja garantida, o compromisso do profissional deve ultrapassar a consulta e a demanda espontânea, comprometendo-se em garantir o que é
preconizado, fazendo valer a Lei do Planejamento Familiar. Isso evidencia a dissonância entre o discurso e o que é praticado nas unidades de saúde pelos profissionais, ou seja, o trabalho baseado na demanda, que não reflete o “fazer” e não busca a autonomia da mulher enquanto sujeito capaz de escolher e decidir por si mesmo.

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Conhecimento e Atitudes de Mulheres sobre AIDS: uma difícil negociação

Autores: Alessandra Scherer, Elza Berger Salema Coelho e Carlos Frederico Tourinho dos Santos

Este estudo investigou o conhecimento e atitudes em relação à AIDS de mulheres acima de 50 anos. Participaram do estudo mulheres do Núcleo de Estudos da Terceira Idade – NETI, da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Para alcançar os objetivos propostos, optou-se por realizar uma pesquisa descritivo-exploratória com abordagem qualitativa. Foi utilizada a entrevista semi-estruturada, enquanto técnica de coleta de dados. Identificou-se que o conhecimento em relação à AIDS e as atitudes de risco frente à doença, decorrem da permanência da concepção de grupos de risco, da dinâmica de poder inerente às relações de gênero em nossa sociedade, bem como da falta de efetivação e de sustentabilidade das políticas públicas de prevenção à AIDS que atinjam com eficácia este segmento da população, assim como
de estratégias que operacionalizem de forma efetiva tais políticas.

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